Travel | Viseu '17

No último fim-de-semana de maio (e sim, estou em setembro a escrever sobre maio) combinei com alguns colegas de curso descer a ecopista do Dão.

A ecopista do dão é basicamente a antiga linha ferroviária que ligava Santa Comba Dão a Viseu. Foi desativada em 1988 e convertida na atual ecopista em 2011. São quase 50 km mas muito fáceis de percorrer a pé ou de bicicleta pois é quase sempre plano ou a descer e com o pavimento adequado.

Combinamos a descida de bicicleta para domingo, por isso, como Viseu ainda fica um bocadinho longe da Figueira da Foz, decidi ir para lá logo na sexta-feira com o boy e descobrir um bocadinho de Viseu a 2.

Alojamento:
Já não é a primeira vez que fico alojada numa cidade através do airbnb. Também em Viseu escolhemos alojamento através desta plataforma. É muito simples: basta registarem-se de forma gratuita e pesquisarem a cidade onde querem ficar. É muito semelhante ao booking mas em vez de hotel e pousadas, ficamos em casas com mais conforto e privacidade. Sou super adepta de viajar com alojamento airbnb
O que visitar:
Viseu sempre foi muito especial para mim. Acho que é a melhor cidade para se viver em Portugal e, depois de Lisboa, era a cidade onde gostava de passar uma larga temporada. Tenho lá muita família e muitas memórias boas de almoçaradas no campo em em casa das minhas tias-avós de quando era mais pequena.
Confesso que embora já tenha perdido a conta ao número de vezes que estive em Viseu a visitar a família, acho que nunca tinha tirado um bocadinho para conhecer o centro histórico.
Pesquisei um bocadinho sobre a cidade e fiz uma listagem de alguns sítios possíveis de ver a pé uns a seguir aos outros. A alguns fomos, a outros acabámos por não ir.
Museu Nacional Grão Vasco (entrada €4,00)
Embora de todos os museus que encontrei este me parecesse o mais interessante, acabámos por não o visitar porque chegámos perto da hora do fecho para almoço. Ficará para uma próxima.

Edíficio da direita - Museu Grão Vasco, ao centro - Sé de Viseu
Sé de Viseu e Museu da Arte Sacra da Sé Catedral de Viseu
A Sé é muito bonita e fica ainda mais bonita quando cheia de pessoas super bem arranjadas para os casamentos e batizados que lá apanhámos.
Embora o museu de arte sacra quando pesquisei na internet não parecesse muito interessante, ficámos tão encantados quando entrámos na catedral que acabámos por ir visitar o museu. Pagámos 2€ para entrar (se bem me recordo) e até foi giro de visitar.

Sé de Viseu

Igreja da Misericórdia de Viseu
Muito perto da Sé e do Museu Grão Vasco fica a Igreja da Misericórdia de Viseu que vale a pena visitar.


Parque Aquilino Ribeiro
É um parque público da cidade de Viseu conhecido como o "pulmão de Viseu". Tem inúmeras espécies de árvores e pelas imagens que pesquisei antes de ir, pareceu um ótimo sítio para passear. Provavelmente passámos por ele, mas como não vimos nenhuma placa a mencionar o nome, não tenho bem a certeza.

Cava de Viriato
Podem gozar connosco! A Cava de Viriato é uma fortaleza com 2000 metros de perímetro e uma área de 8 hectares e nós não a encontrámos! ahahahah Pesquisámos no GPS, pesquisámos imagens para ver se associávamos a alguma coisa em nosso redor e ainda fomos ter a um certo sítio mas sem grandes certezas se estávamos na Cava de Viriato ou não!

Casa Museu Almeida Moreira
Não nos apercebemos de passar em frente a este museu, mas também não nos pareceu dos mais interessantes por isso não o procurámos. 
A Casa Museu Almeida Moreira está instalado na casa que foi residência do capitão Francisco António de Almeida Moreira e basicamente tem a biblioteca, pinturas, mobiliário, porcelanas e esculturas do capitão que converteu a sua casa num museu.

Porta do Soar
A Porta do Soar corresponde a uma das sete portas das Muralhas de Viseu que foi um eixo importante para a circulação na cidade. Uma coisa engraçada nesta "porta" é que no lado interior (que é precisamente onde a minha foto foi tirada) existe um nicho com o Santo tutelar da Porta, uma característica comum às principais entradas das fortalezas tardo-medievais.

Porta do Soar
Museu do Quartzo
Tive pena de não visitar o Museu do Quartzo. Isto agora pode soar estranho mas sempre tive um fascínio por pedras, até gosto de as cheirar, vejam bem! A meio do meu primeiro ano de curso (Engenharia Civil) estive mesmo à beira de mudar de curso para Engenharia Geológica e das Minas, portanto acho que dá para perceber a ligação a estes seres inanimados mas com tanto para contar. 
Então mas se gostas assim tanto porque é que não foste lá, perguntam vocês! Porque fica deslocado da cidade e como tínhamos só um dia para visitar Viseu, optámos por andar sempre pelo centro, a pé.

Solar dos Peixotos
Ora cá está outra coisa que tive pena de não visitar. A questão é que estava mesmo muito calor e andávamos numa de passeio. Eu tinha noção do que havia para ver, mas não andávamos à procura, íamos passeando e se passássemos pelos sítios que tinha pesquisado, visitávamos.
Este solar é uma casa apalaçada e é a mais magnífica casa em Viseu pela sua arquitetura e por ser um exemplo característico da arquitetura civil portuguesa do século XVIII. Li na internet que o Solar dos Peixotos tem uma grande variedade de azulejos no interior e por isso é que tive mesmo pena de não visitar.

Porta dos Cavaleiros
Juntamente com a Porta do Soar, a Porta dos Cavaleiros é um dos poucos vestígios remanescentes da muralha medieval de Viseu. Muito perto, mesmo ao lado está a fonte – Chafariz de São Francisco, onde Camilo Castelo Branco descreveu o confronto mortal entre Simão Botelho e o nobre arrogante que cortejou Teresa, na sua imortal obra literária Amor de Perdição.

Porta dos Cavaleiros


Solar dos condes de prime
É uma casa solarenga, de arquitetura barroca com uma fachada comprida e com dois tipos de janelas muito peculiares. No nosso passeio não nos cruzámos com este solar, portanto fica mais um para visitar duma próxima.

Casa da Ribeira
Passámos por fora, mas não visitámos mas pareceu interessante, pois na minha pesquisa percebi que a Casa da Ribeira é um espaço cultural com múltiplas memórias de Viseu e da história recente do lugar. É uma casa que apresenta à comunidade um conjunto de exposições e experiências culturais que recria patrimónios de Viseu.

Jardim de Santa Cristina
Igualmente ao Parque Aquilino Ribeiro do qual falei em cima, o Jardim de Santa Cristina é um jardim de Viseu com inúmeras espécies vegetais. Também como disse  a cima, não sei se terei por aqui passado uma vez que não vi placas mas é provável que nos passeios que demos, tenhamos passado por aqui ou perto.

Casa do Miradouro - Coleção Arqueológica de José Coelho – entrada gratuita
Este sim visitámos, adorámos e recomendamos! 
José Coelho foi um ilustre intelectual viseense do século XX. Era arqueólogo de paixão e a Casa do Miradouro, situada junto à Sé, alberga o seu espólio arqueológico.
Desde inúmeros cadernos de anotações, às místicas pedras com interpretações impressionantes, esta exposição mostra a vida e obra de um dos pioneiros da arqueologia da região. Na Casa do Miradouro apresenta-se o arqueólogo, o investigador, bem como a coleção arqueológica que ainda hoje é uma referência para o conhecimento da história da região.

Painel de azulejos
Tive muita pena de não me cruzar, durante o nosso passeio, com o belíssimo Painel de Azulejos que está no meio da cidade de Viseu. Depois das pedras, acho que os azulejos são também uma coisa que chamam muito a minha atenção.


Onde Comer:
De uma forma geral, já se sabe que em Portugal se come sempre bem. Podia dizer que no norte interior ainda se come melhor, mas depois lembrei-me que a coisa no Alentejo também não é nada má! Mas vá, pesquisámos um bocadinho no trip advisor, ficámos muito divididos entre a Tasquinha da Sé e a Taberna da Milinha, mas acabámos por almoçar na primeira (pelos preços mais acessíveis). A Tasquinha da Sé é um restaurante muito típico onde podem comer tapas deliciosas (também têm pratos do dia normais). O boy é homem de muiiitooo alimento, por isso pedimos 4 tapas mas mal chegaram à mesa e vimos que vinham mesmo muito bem servidas, constatámos que as entradas e 2 tapas teria sido suficiente! ahahaha Estava tudo muito bom mas ficámos tão bem almoçados que não conseguimos pedir sobremesas! Recomendo!
Quanto ao jantar desse dia, acabámos por ir ao Fórum Viseu e comer por lá - estava a haver qualquer coisa de torneios de poker e fui obrigada a ir! ahaha

A ecopista do Dão:
Pouco passava das 9h30 quando cheguei com o boy à Quinta da Abelenda, onde íamos escolher a nossa bicicleta para descer a ecopista. Escolhido todo o equipamento, as bicicletas empoleiraram-se numa carrinha e nós fomos numa outra carrinha até ao início a ecopista. Devemos ter começado a pedalar por volta das 11h, mas antes de arrancar ainda houve tempo para uma bananinha!
O início da ecopista é, para mim, a parte pior por uma razão muito simples: existem estradas que atravessam a ecopista e há um género de umas guardas que fazem com que tenhamos de fazer tipo um "S" com a bicicleta para passar por lá, ora como a minha habilidade se não é nula anda lá perto, tinha sempre de sair da bicicleta para passar as guardas com a bicicleta à mão e demorava imenso tempo ahahahaha Fora isso: impecável!
Como podem ver pelas fotos, apanhámos um dia nublado, o que foi ótimo porque embora hajam bastantes sombras ao longo da ecopista, 50 km são sempre 50 km e ir com fresco soube bem.





Já íamos avisados de que os últimos km (não me lembro se os último 5 km ou se os últimos 10 km) eram os piores porque a ecopista subia ligeiramente e tínhamos de pedalar mais. Posto isto, decidimos almoçar quase no fim, quando faltavam 20 km, penso eu. Claro está que o almoço foi a bela da sandocha, sumos e frutas que levámos sempre às costas na mochilita!
Ao longo de todo o percurso, sempre que havia uma praia fluvial perto, ou qualquer outra coisa que nos parecesse interessante, íamos parando e desfrutando da natureza.
Gostei mesmo muito de pedalar ao longo dos 50 km da Ecopista do Dão, recomendo a todos e espero voltar a fazê-lo. 
Não precisam de nenhuma preparação física especial, nem de nenhum equipamento especial, só um selim de gel, talvez, para chegarem ao fim com o rabiosque menos dorido. Mas eu não tinha nenhum especial e fiquei completamente na boa.




Já sabiam da existência deste percurso de bicicleta?
Já fizeram?